O 7ºC do Cerco

Um blogue do 7ºC da Escola EB 2/3 do Cerco. Um espaço para darmos a conhecer os nossos trabalhos e opiniões.

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

As cidades de Portugal, por Joana Lucas


Porto:
A segunda cidade de Portugal, o Porto é famoso pelo seu vinho de elevado teor alcoólico produzido por Companhias inglesas e despachado do porto, bem como pelos seus estaleiros e o seu florescente comércio.
Foi no Porto que nasceu Henrique, o Navegador, que embarcou para Marrocos com a sua frota do porto da cidade para derrotar os mouros em Ceuta, em 1415.

Évora:
Évora é descrita como a “cidade-museu,” e está actualmente abrangida pelo programa de protecção e restauração da UNESCO. Sumptuosa, nobre e requintada, a cidade alberga dentro das suas muralhas magníficos monumentos, testemunhos de todos os períodos culturais e artísticos da história de Portugal.
De origem celta, a cidade foi refundada com o nome de “Ebora Liberalitas Iulia” por Júlio César e permaneceu um importante centro de comércio da Lusitânia Romana até ao IIIº Século AD. A tentativa visigótica de fazer de Évora uma sé bispal fracassou com a chegada dos mouros, os quais conseguiram dominar a cidade de 715 a 1165.
Do século XIII em diante, a cidade assistiu à construção de uma grande número de palácios, jardins, conventos e igrejas, e foram muitos os soberanos e académicos que nasceram e viveram em Évora, que se tornou o centro do Humanismo durante a Renascença Portuguesa. O seu papel como grande centro cultural teve um fim abrupto com a expulsão dos Judeus em 1496 e o estabelecimento dos tribunais da Inquisição, presididos pelos Jesuítas de 1536 em diante. Este episódio marcou um período de declínio para a cidade de Évora do qual só viria a restabelecer-se no final do século XVIII.

Coimbra:
Na região da Beira Alta, entre Lisboa e o Porto, a cidade de Coimbra, com a sua acrópole branca dominada pelo imponente e venerável complexo da antiga universidade, está de face voltada para o Rio Mondego. A cidade foi fundada pelos romanos após a conquista da Ibéria e da Lusitânia e recebeu o nome de Aeminium. Só mais tarde adquiriu o nome de Coimbra, uma derivação do nome de outra fundação romana situada perto, denominada de Conimbriga.
No VIIIº século a cidade foi ocupada pelos mouros, os quais aí estabeleceram a primeira escola de artes e ciências. A cidade foi herdada pelos governantes cristãos, o Rei D. Fernando I de Castela e o Rei português D. Afonso Henriques, o qual fez de Coimbra um habitual lugar de residência.

Guimarães:
A serra de Guimarães, onde se erguem as torres do seu castelo, é também conhecida como a “Colina Sagrada” de Portugal. É considerada como uma espécie de “berço da Pátria”, uma vez que foi aqui que teve início, no século XII, a história de Portugal como nação independente. Mas Guimarães foi, pela primeira vez, referida nas crónicas em data muito anterior, no ano de 960, quando a Condessa Galega, Dona Mumadona, decidiu fundar um convento num lugar aprazível – Villa vocitate Vimaranis – na região do Minho. À volta do convento cresceu uma fortaleza, a fortaleza tornou-se num castelo e, por sua vez, à volta deste floresceu a cidade e Guimarães, célebre pelo linho fiado e as toalhas de damasco. A cidade deve ainda hoje a sua sorte às numerosas fábricas de algodão e teares, e esta prosperidade é fácil de observar: a cidade resplandece de belas casas, jardins cuidados e praças convidativas.

Braga:
Braga, na região do Minho, tem também sido uma cidade fronteiriça desde o tempo dos romanos. No Vº século os Suevos fizeram-na capital e estabeleceram aí a primeira sé bispal. Um bastião do Cristianismo contra o avanço dos mouros, Braga permaneceu uma cidade arquiepiscopal através dos séculos, crescendo à volta do seu centro espiritual, a magnífica Sé. – do Latim sedes sé bispal – ou catedral, fundada no século XII e completamente renovada no século XIV.

Beja:
Beja, no Baixo Alentejo, sempre viveu à sombra do seu castelo construído sobre fortificações romanas. Após quatro séculos de governação muçulmana, Beja voltou para a coroa portuguesa, mas teve de se defender frequentemente contra as invasões espanholas. Uma vez eclipsada a sua importância militar, a cidade tornou-se um dos mais ricos centros comerciais e agrícolas de Portugal.

Leiria:
Leiria foi sempre identificada com o seu castelo, uma imponente praça-forte construída para resistir aos mouros. Mais tarde tornou-se a residência de Verão do Rei Dom Dinis – o soberano que viria a criar a primeira universidade portuguesa e a promover a distribuição das terras pelos camponeses em 1290 – e sua mulher, a Rainha Dona Isabel de Aragão, considerada santa pelas suas boas obras.

Bragança:
Bragança está situada em Serras de Trás-os-Montes no extremo norte do país, e é o símbolo da independência portuguesa: um “Domus Municipalis” na era romana, preservou o seu estatuto de município livre até à Idade Média. Foram os Duques de Bragança que, em meados do século XVII, restauraram a monarquia portuguesa após mais de meio século de governação espanhola. O castelo medieval com as suas dezoito torres tornou-se o emblema do poder da cidade de Bragança na linha da frente da luta contra a interferência do estrangeiro.

Lisboa:
Poetas, escritores e músicos prestaram homenagem a Lisboa, chamando-lhe a “cidade branca”, a “princesa do Tejo”, o “coração da alma”. Construída sobre sete colinas à semelhança de Roma, a cidade reflecte-se no seu rio, tão vasto e imponente como um mar interior que, devido aos seus reflexos dourados, é também conhecido como o “Mar da Palha” (“Sea of Straw”).
Frente à Torre de Belém o rio volta-se para o mar aberto, um mar cruzado por milhares de caravelas, desafiado com coragem e ousadia, explorado e dominado por navegadores portugueses do século XV em diante.
Lisboa, a que foi uma vez a “rainha dos mares” e de um império, nunca cedeu ao infortúnio: no Dia de Todos os Santos, a 1 de Novembro de 1755, a cidade foi atingida por um terramoto devastador que arrasou bairros inteiros, mas os Portugueses, num admirável esforço, empreenderam a sua reconstrução.
Uma cidade repleta de encantos antigos e modernos, Lisboa atrai o viajante com a sua luz que vai do dourado ao acetinado da pérola, acompanhando as rápidas mudanças climáticas que se processam como um estado de espírito, e é sempre “amor à primeira vista”.
Capital Europeia da Cultura em 1994, Lisboa é palco da última Exposição Mundial do século XX, a Expo 98, dedicada aos elementos que a tornaram famosa: “Os Oceanos, um Património para o Futuro.”

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